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Enfermeiros na Irlanda: validação de Diploma - Parte III


Suponho que você esteja acompanhando os posts sobre a validação de um diploma brasileiro de Enfermeiro na Irlanda.

Se não estiver acompanhando e quiser saber como essa história começa, leia a Parte I e Parte II dessa novela.

Intervenção que fez a diferença

Já estamos em meados de fevereiro e já se passou mais de um mês desde meu último contato com o An Bord Altranais (ABA), o Conselho de Enfermagem irlandês.

Eu bem achando que já estava perto de ter meu registro em mãos e eis que no início desse mês minha chefe (irlandesa) resolveu tomar minhas dores e telefonar para o Departamento de Registros para ver em que pé estava o meu processo.

E não é que eles "não receberam" os documentos que enviei no fim de dezembro com os esclarecimentos?

Após colocar uma pressão no departamento, uma nova funcionária, que não havia entrado na história até então, tomou a frente do caso e fez com que o processo andasse mais rápido.

Após aparentemente encontrarem meus documentos, no dia 6 de fevereiro, ela me pediu (novamente) uma cópia autenticada da minha certidão de nascimento (que eu já havia enviado antes) e assim que enviei (no mesmo dia), prontamente tive uma resposta falando sobre o recebimento da mesma.

Cabia-me então esperar mais...

Glória?

No dia 19 de feveiro, somente 13 dias depois do último contato com o Conselho, recebi uma carta deles e uma ligação do ABA.

Ambos eram para falar que meus documentos haviam sido analisados e agora eu poderia ir para a próxima etapa do processo, o período de adaptação.

A notícia soou como um alívio, mas por algum motivo não me dei por satisfeito e relaxado. Minha flatmate italiana ainda brincou comigo que eu deveria sair para comemorar. Mas para mim, ainda era cedo para cantar vitória.

Período de adaptação

O período de adaptação é a última fase do processo de registro do diploma. Por determinação do ABA, o candidado deve trabalhar em uma instituição credenciada, sob supervisão, por 6 a 12 semanas, a fim de aprender o jeito irlandes de trabalhar, bem como as diferenças de técnicas, medicações, etc, digamos assim.

No entanto, em tese, a adaptação deve acontecer em um hospital escola e há poucos disponíveis no país, bem como há poucas vagas disponíveis para essa adaptação, além de muitos candidatos.

O processo deve passar obrigatoriamente pelo Coordenador Nacional do programa, que é a única pessoa responsável por direcionar o candidato a uma hospital (candidatos não podem entrar em contato diretamente com os hospitais para procurar vagas).

Leia o Manual para Candidatos sobre o Programa de Adaptação Clínica e Avaliação aqui.

Lista de Espera

Diante da carência de vagas e hospitais e do grande número de candidatos (muitos imigrantes estão no mesmo barco que eu), a fila de espera por vagas para realizar a adaptação faz com que os candidados tenham que esperar até um ano e meio para essa recolocação.

Há ainda instituições que tem agendamentos feitos para os próximos três anos.

A primeira coisa que pensei quando ouvi isso foi: Agora f****!

Já se passaram quase dois anos desde que comecei esse processo e ter que esperar mais dois seria um martírio e perda de tempo.

O consolo é que muitos dos candidatos que já tem agendamentos feitos (que estão aguardando suas vagas antes de mim), desistem do processo, não tem documentação em dia, etc. Portanto, pode ser que alguma oportunidade apareça e eles não possam segurá-la, sendo necessário passar a oportunidade adiante.

Assim, o coordenador anotou meus dados para me encaixar em qualquer vaga que eventualmente aparecesse e me deu a dica a seguir:

Aproveite das grandes companhias

Há várias grandes empresas recrutadoras de enfermeiros que trabalham recolocando profissionais nas instituições onde eles são requeridos.

Digamos que as recrutadoras tem uma lista de 10 enfermeiros trabalhando para eles e 2 hospitais precisando dos dez profissionais. Os hospitais usam os enfermeiros dessas recrutadoras pelo tempo que se fizer necessário e todo mundo sai ganhando.

As recrutadoras geralmente fazem agendamentos prévios nos hospitais para adaptação de enfermeiros (buraco na lei? Não era só através do Coordenador Nacional? Realmente não entendi essa parte, mas é assim que funciona). Assim que as vagas aparecem, eles já tem os enfermeiros para preenchê-las e fazerem seus processos de adaptação.

Algumas companhias podem querer fazer acordos com você, como tentaram comigo. Ofereceram-me a opção de fazer a adaptação em um asilo (outro buraco na lei? não era só em hospital-escola?) mas eu teria que me comprometer a trabalhar lá por um tempo após o término desse processo. Cabe a você aceitar ou não. Eu não quis, pois quero ter a liberdade de trabalhar em hospitais depois, que é o que gosto de fazer.

No momento, além do coordenador do programa, há três grandes empresas me ajudando a encontrar um local para a minha adaptação, que pode acontecer amanhã, daqui a uns meses ou anos.

Segue os nomes de algumas dessas empresas para conhecimento:

Visto

Se você pensa que está tudo simples e resolvido, está enganado. Se você veio para a Irlanda como eu, com visto de estudante, você deve saber que não poderá trabalhar em regime integral na maior parte do ano (as leis mudaram em 2015).

Se sua vaga para a adaptação sair em um momento que você possa trabalhar somente meio horário, terá que solicitar um visto temporário no Serviço de Naturalização e Imigração da Irlanda (INIS), sob o Atypical Employment Scheme, que prevê a contratação atípica e temporária de um cidadão não europeu para trabalhar em período integral durante o processo de adaptação para o registro como enfermeiro no país.

Mais dinheiro

O Programa de Adaptação Clínica e Avaliação tem um custo de ¢1000,00 para o candidato e o visto temporário que citei acima tem o custo de ¢250,00.

A brincadeira já está ficando cara...mas se você realmente quiser seu registro, terá que passar por isso. Pense que depois como enfermeiro, você terá o gasto todo de volta em um só salário como enfermeiro.

Então faça a requisição do seu visto aqui.

Você vai precisar de um patrocinador, que geralmente é um empregador que banca o custo dessa parte do processo para o hospital e para o serviço de imigração. Pois, entende-se que quando vocês estiver no período de adaptação, não estará trabalhando no seu emprego habitual e você vai precisar de dinheiro para se manter no país. No formulário para requisição do visto tem um campo específico para isso. No meu caso, a empresa para a qual trabalho é minha patrocinadora.

Consolo

Você receberá um salário enquanto estiver trabalhando no período de adaptação. Se não me engano, o valor da hora é menor que o mínimo do país, logo, é baixo (é isso mesmo, aqui tem dessas coisas também).

Pelo menos isso vai ajudar a abater um pouco os gastos que você teve até agora.

Dicas

  • Minha chefe não quis acreditar que ela teria um peso muito grande diante do Conselho de Enfermagem pelo fato dela ser irlandesa e eu só mais um imigrante qualquer. No fim de tudo, ela percebeu que aquela história do "Sabe com quem você está falando?" me ajudou muito e também pode ajudar você. Use seus contatos ao seu favor!

  • Mais uma vez, envie e-mail e telefone para o ABA quantas vezes você quiser, afinal, está pagando por tudo.

  • O país inteiro reclama que não há profissionais de enfermagem no mercado. Agências buscam profissionais mundo afora para você ter noção (EUA, Austrália, Filipinas, Polônia, Índia...). Não é possível acreditar que diante disso eles consigam enrolar o processo de registro de pessoas que realmente querem trabalhar nesse país. Tem horas que me sinto no Brasil (desculpem-me pelo comentário).

  • Tenha paciência e tenha foco!

Espero que a Parte IV dessa novela seja o capítulo final e tenha um final feliz. Aguardem!

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