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Mudando para a Irlanda: tudo que você precisa saber - Parte II

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Nessa parte do artigo sobre a mudança para a Irlanda, vou falar um pouco da minha percepção para algumas coisas que vi e vivi aqui após um ano no país, sempre focando um pouco no imigrante que vem para estudar, que é o caso de todos que não entram no país com visto de trabalho ou cidadania européia.

ECONOMIA, EMPREGO & SALÁRIO

A Irlanda foi um dos países mais afetados pela recente e tão falada crise européia. As taxas de desemprego chegaram a 17.3%, podendo ter alcançado os 20% se não houvesse um processo massivo de jovens emigrando (cerca de 10% dos jovens). No entanto, foi o primeiro a oficialmente sair da recessão.

Após um crescimento desapontador em 2013, para 2014 a perspectiva é de que o país alcance ou até mesmo supere os 2% de crescimento do Produto Interno Bruto.

A taxa de desemprego vem caindo a cada mês, tendo reduzido de 11.3 para 11.2% de julho para agosto deste ano, o que dá em torno de 2900 pessoas a mais empregadas.

Vários postos de trabalho estão sendo criados nas mais diversas áreas, sendo muitos deles no setor de serviços, que é onde a maioria dos intercambistas trabalham. Ainda assim, o mercado não tem oferta suficiente para absorver toda mão de obra existente, visto que o movimento imigratório também tem crescido bastante, o que faz com que muitos dos que aqui moram ainda estejam à procura de uma fonte de renda.

Pela vivência que tive neste último ano, muitos dos intercambistas e demais estudantes chegam à Irlanda sem muitas qualificações (curso superior, registro no conselho trabalhista daqui, etc) e obviamente sem chances de concorrer a postos de trabalhos que paguem melhor, sendo necessário se submeter a trabalhos menos qualificados, como os seguintes:

Floor staff: funcionário responsável por manter a limpeza do bar, bem como recolhimento de pratos e copos, além de suporte em outros serviços gerais. Esse é um profissional que está sempre em contato com outras pessoas, logo, é uma ótima oportunidade para aprender e praticar o idioma.

Kitchen porter: famoso lavador de pratos, que oficialmente é um funcionário da cozinha responsável pela limpeza de vasilhames, talheres, pratos, etc. Dentre os relatos que já ouvi por aqui, esse é um dos trabalhos mais árduos que os imigrantes conseguem. Paga-se razoavelmente bem para este serviço, porém o funcionário fica enclausurado em uma cozinha, sem muito contato com outras pessoas (digo, para praticar o idioma).

Au pair: esse é o nome chique para o cuidador de bebês e crianças, que na grande maioria é ocupado por mulheres. Na minha humilde opinião, é a maior furada para quem quer aprender o idioma estrangeiro, pois crianças muito novas geralmente não falam ou não tem uma base muito boa da língua. E, se os pais a contrata para cuidar dos filhos deles, é por que eles não podem estar presentes. Ou seja, você terá pouco contato com a língua para que haja um aproveitamento considerável. Ainda, aqui na Irlanda, muitas garotas trabalham de Au Pair em cidades vizinhas (fazendas e casas de beira de estrada), isolando-se do mundo da capital e mais ainda do contato com o idioma.

Cleaner: famoso faxineiro. Há empresas de serviços gerais que contratam pessoas para fazerem a limpeza de empresas contratadas, como escolas, hospitais, hotéis, partições públicas e ainda locais de grandes eventos, como o Electric Picnic. Há ainda pessoas que usam das habilidades para oferecer serviços particulares, o que pode incrementar os ganhos ao final do mês e oferecer certo contato com o idioma.

Fora os acima mencionados, ainda há os empregos de garçon, bar man, recepcionista e jornaleiro, por exemplo. Há outras opções que oferecem salários melhores, como Chef de cozinha e cuidador de idosos (exige formação básica parecida como a de um técnico de enfermagem), e ainda aquelas que o darão salários excelentes, mas que estão relacionadas a uma formação uiversitária, como profissionais da Tecnologia da Informação, Enfermeiros, Engenheiros e afins.

O salário na Irlanda é de ¢8.65 por hora, um dos mais altos da Europa, atrás de Luxemburgo (¢11.10), Monaco (¢9.43), França (¢9.43) e Bélgica (¢9.12). Aqui, as empresas pagam semanalamente, quinzenalmente ou mensalmente (depende da empresa) e se ganha por produção, ou seja, você recebe aquilo que de fato você trabalha e não como no Brasil, que além de ser um salário padrão mensal, você o recebe trabalhando ou não (digo, com atestado médico, folga, etc).

A maioria dos empregos acima citados, que não exigem muitas qualificações, pagam salários em torno do mínimo e, em algumas vezes, até menos que ele (como isso é possível? Não sei, mas acontece, principalmente com Au Pairs, que acordam o regime de trabalho verbalmente com os patrões e às vezes ganham menos quando moram na casa da família).

O imigrante e estudante na Irlanda está autorizado a trabalhar apenas 20h semanais no período de aulas e 40h no de férias. Desta forma, considerando um salário médio de ¢10/hora, ao final de um mês o trabalhador consegue ganhar em torno de ¢800.00 a ¢1600, sem considerar dedução de impostos.

Um grande problema é que você não necessariamente trabalhará 20 ou 40h semanais. Isso vai depender do que os empregadores ofertarem. E, geralmente, se um empregador oferta um trabalho de 40h semanais, possivelmente ele pagará um salário mais baixo.

BRASILEIROS

Segundo dados de 2013, a Irlanda tem cerca de 4,6 milhões de habitantes, sendo 12% de não-irlandeses, dos quais 11% são indianos, 10% brasileiros e 9% chineses. Em números inteiros, há cerca de 552 mil imigrantes na Irlanda, sendo cerca de 55 mil brasileiros.

No dia-a-dia chega a ser impressionante o número de brasileiros, pois nós estamos por todas as partes. Apesar disso, não estávamos nem entre as cinco nacionalidades com maior entrada no país em 2013, ficando atrás de Índia, Russia, China, Nigéria e Turquia.

O país não é territorialmente grande, sendo o 118 maior do mundo. Considerando que a maioria dos imigrantes moram na capital, as escolas são em sua maioria no centro da cidade e estudantes tem predileção por morar no centro, acreditem, você ouve basicamente português e espanhol no seu dia a dia - Ponto negativo para quem quer vir para cá aprender Inglês!

Mas nem tudo está perdido, pois você pode viver nesse ambiente e ainda sim não se acomodar na colônia brasileira (a maioria se acomoda) para viver seu dia-a-dia.

Se ainda assim preferir uma estratégia mais radical, pode-se optar por morar em outras cidades do interior, onde há menos conterrâneos e possivelmente você terá um convívio maior com a língua local.

Se quiser ir um pouco mais além, terá sempre a oportunidade de namorar algum gringo, especialmente nativos, e com isso, tenho a certeza de que seu inglês vai melhorar exponencialmente!

LAZER

A Irlanda é um país lindo. Aqui, você terá a oportunidade de jogar golfe, tênis, futebol, hurling, futebol gaélico, basquete, praticar esportes náuticos e outros mais. Aqui você terá a oportunidade de viajar bastante, conhecer maravilhas naturais, curtir alguns dos quase 3 mil bares espalhados pelo país, ouvir música tradicional, aprender irlandês, etc.

Mas essa oportunidade pode se esvair num piscar de olhos. Não sei qual tipo de vida você levará na terra dos Leprechaun, mas a vida de imigrante aqui não é simples e fácil. Você vai precisar trabalhar para sustentar e ostentar essa vida, além de ter tempo para aproveitar todo esse lazer.

Acredite, para sustentar ESSA vida, você vai ter que trabalhar muito (caso não seja provido de uma conta bancária recheada) visto que os salários aqui em mercados informais são baixos (como exemplifiquei anteriormente, em torno ¢800.oo mensais) e se você trabalhar muito não vai ter tempo de fazer mais nada. Basta você escolher a vida que quer ter, por que os 3 mil euros que você trouxer para mostrar ao serviço de imigração vai acabar, acredite.

Mas caro leitor, ESSA não é a realidade paradisíaca da maioria dos imigrantes, principalmente latino americanos (os que conheço melhor).

Chega uma hora que parques públicos deixam de ser apenas uma opção de lazer para ser o refúgio gratuito de quem não tem o que fazer, os bares deixam de ser o destino da noitada para serem as únicas opções de quem quer sair à noite e não tem para onde ir. Mais precisamente a Diceys Garden, deixa de ser a famosa casa norturna que você conhece bem antes de vir para a Irlanda para ser o destino mais barato de Dublin nos domingos e terças-feiras, quando você pode cair de tão bêbado gastando muito pouco.

Aliás, cerveja, maconha, LSD e ecstasy deixam de ser drogas de uso esporádico de alguns como outrora para dar lugar a um vício assustador de muitos (para mim, mais assustador do que era no Brasil), pois por algum motivo, várias pessoas se permitem fazer coisas aqui que jamais fariam no acolá. Prefiro nem tecer mais comentários para não fazer pré-julgamentos, afinal, cada um sabe de si.

Os encontros na casa dos amigos deixam de ser confraternizações eventuais para serem cotidianas por que sua grana está destinada a pagar as contas da casa e você anda sim quer ter algum lazer. O almoço nos restaurantes chiques e fast foods de outrora dão lugar ao almoço caseiro com cardápio muito restrito (macarrão assado, frito, gratinado, etc) por que você no fim das contas pode nem ser tão bom cozinheiro.

E é aí que o país começa a se tornar desinteressante, por que você tem limitação financeira e de tempo, cai-se em um ciclo visioso e passa a não ter nada para fazer a não ser trabalhar ou cair no ciclo vicioso do nao fazer nada.

É um consenso entre pessoas que já viajaram um bocado além da ilha da esmeralda que a vida de um imigrante intercambista na Irlanda (com o padrão de vida que citei nos parágrafos anteriores) só é interessante no primeiro ano, pois do segundo em diante, se você não tiver um crescimento profissional e financeiro, começa a ser entediante, por que você fica limitado.

Obviamente, esse pensamento todo não é uma regra, mas uma tendência baseada em observações e relatos de pessoas que vivem e viveram a vida irlandesa sob a perspectiva de um intercambista e de um imigrante com alguns anos de casa.

AMIZADES

A maioria das amizades que você fará na Irlanda será passageira, pois a rotatividade de estudantes aqui é muito grande. Após seis meses a um ano de amizade, quase todas as pessoas que você conhecer irão voltar para suas casas e você raramente irá ouvir falar da maioria delas novamente. Com isso, ou irá se isolar ou se sentir forçado a fazer novos amigos. E acredite, na minha humilde opinião, fazer novos amigos aqui, inclui às vezes fazer parte de alguns dos nichos que citei acima e você, que tem outros planos para sua vida, realmente quer um lugar ao sol, já é vivido e não está brincando de colônia de férias, talvez não tenha tanta disposição para isso.

CUSTO DE VIDA

Uma das grandes dúvidas do imigrante que ainda não chegou ao país é sobre o custo de vida aqui. Eu particularmente não acho barato viver em Dublin. Leia a seguir algumas informações básicas:

Aluguel

O aluguel de um imóvel de dois a três quartos em Dublin tem o custo mensal médio de ¢1200.00. No meu caso, por exmeplo, moro em uma casa de dois quartos e pago ¢300 mensais para dividir o quarto com mais uma pessoa.

Existem algumas formas de se alugar um imóvel por aqui, tais como: direto de uma imobiliária (imóveis vazios), direto com um agente imobiliário (Landlord ou Landlady), direto com algum dos moradores que já coabitam o local.

As duas primeiras formas são as mais interessantes e as que oferecem maior segurança para o inquilino, pois tem-se assim a oportunidade de ter um contrato prevendo direitos e deveres.

A terceira forma, uma das mais praticadas (ilegal, mas menos grave em algumas situações específicas), é realizada na maioria das vezes entre moradores, sem o conhecimento do Landlord e/ou proprietário. Esta forma de repasse de vagas não oferece esse respaldo legal ao inquilino, muito pelo contrário, há diversos casos de moradores tentarem levar vantagem em cima do novato cobrando valores além do necessário para a admissão do mesmo (depósito superfaturado).

Ao se alugar um imóvel por aqui, o novo inquilino deve pagar um valor igual ao do aluguel à admissão, que é chamado de Depósito (cheque calção para caso de danos ao imóvel). Na prática, quando a vaga é repassada por moradores já existentes, eventualmente eles exigem depósitos acima do valor do aluguel, no intuito de cobrar do novo morador sua fatia nas compras feitas previamente por eles para a casa, como talheres, copos, mobilias e afins. Essa prática é causa de certa discórdia, pois passa por cima das leis do inquilinato e é tido como injusto por muitos.

Energia elétrica

O setor energético da Irlanda é regulado pela Commission for Energy Regulation, que inclui enegia elétrica e gás natural.

Até algum tempo atrás, só havia a empresa Electricity Supply Board (ESB), que é 95% estatal e monopolizava o fornecimento de energia no país. Com a mudanças das leis, permitindo a livre concorrência, a ESB foi fragmentada em diversas companhias, entre as quais a Electric Ireland, uma das distribuidoras existentes. As demais empresas que surgiram no mercado são a Airtricty, Synergen e Edenderry Power, Endesa-Ireland and Huntstown.

De forma geral, as distribuidoras oferecem planos de energia elétrica que o cliente pode comprar, inclusive com cartões pré-pagos. O mais comum dentre os imigrantes é o plano Night Saves (Economia à Noite), em que o preço do kwh à noite é praticamente a metade do valor do kwh de dia.

Vale a pena checar as políticas de cada empresa, pois elas possuem horários específicos que consideram dia e noite conforme o verão e inverno (eg. Dia= 8 às 23h ou 9 às 0h; Noite= 23h às 8h ou 0h às 9h).

Paga-se a conta de energia elétrica a cada dois meses e o valor depende do consumo, mas em um casa de quatro pessoas, eu diria que o valor gira em torno de ¢200.00 (¢25.00/mês/morador).

Televisão

A transmissão analógica ffoi encerrada em 2012 e, desde então, a TV digital tomou lugar na Irlanda, sendo conhecida como Saorview.

Há companhias fornecedoras de transmissão por satélite, como a Sky, Saorsat e outras provedoras européias, além da transmissão à cabo, operado pela UPC, Magnet Networks e Eircom.

Geralmente, os pacotes oferecidos para televisão incluem internet, logo, o preço dos serviços variam conforme o pacote adquirido. No meu caso, pago ¢70 por mês pela operadora UPC por vários canais de TV, internet de 120mb e telefone fixo. Este valor é dividido para quatro pessoas, que dão ¢17.50 por mês para cada um (há pacotes mais baratos que o meu).

Ademais, há uma taxa anual de ¢160.00 cobradas pelo governo para cada residência que possua televisão. Estão isentos da taxa alguns cidadão com mais de 66 anos de idade, todos acima de 70 anos, eficientes visuais e alguns cidadão que se beneficiam do Serviço Social irlandês.

Desta forma, em uma residência de quatro pessoas, como venho citando, seriam ¢40,00 por morador anualmente, o que equivale a ¢3,33 por mês.

Internet

A internet na Irlanda está disponível via DSL, cabo, wireless e por satélite. A Eircom é a maior provedora do país, estando em atividade desde 2002. Uma alternativa a esta empresa é a UPC, que também fornece serviço de internet conjugado à televisão. Os preços variam conforme o plano adquirido, mas como falei anteriormente, um plano com vários canais de TV e internert de 10gb custa em média ¢70 por mês pela UPC, podendo obviamente ser mais barato.

Ainda, muitas pessoas optam por ter internet no celular, seja via wireless, que é gratuito, ou por pacote de dados, que tem o custo variável conforme a operadora contratada.

Telefonia

Dados de 2012 apontam que há na Irlanda cerca de 1.1 milhão de linhas fixas e 5.5 milhões de linhas móveis no país. Como os números evidenciam, a maior parte das pessoas adotam o telefone celular como meio de comunicação.

As principais empresas de telefonia aqui são a Vodafone, Lyca, Metor, Three e O2, sendo que cada uma delas oferece planos para diferentes gostos e bolsos. Em geral, todas elas permitem ligações gratuitas para números da mesma operadora e para linhas fixas, além de mensagens de texto grátis. O diferencial será basicamente o pacote de dados para internet, benefícios para ligações internacionais e para outras operadoras.

Como não faço questão de ter internet no celular, optei por ter um chip Lyca, que me permite fazer ligações internacionais a ¢0,01 o minuto, facilitando o contato com minha família no Brasil.

Considerando um telefone pré-pago, o gasto mensal vai depender do usuário. No entanto, uma linha pós-paga pode custar entre ¢20 a ¢60 por mês, dependendo do plano que escolher. Mas diria que você consegue um bom plano por ¢20,00 mensais.

Lixo

A irlanda adotou recentemente um modelo de coleta de lixo mediante pagamento pelo peso ou volume produzido por cada imóvel, chamado Pay as You Throw (PAYT). Na Europa, esse modelo de cobrança foi primeiramente adotado pela Áustria, em 1945, mas o PAYT só veio nos anos 1980, com nova tecnologia e metodologia de cobrança.

Desta forma, pode-se ou colar adesivos pré-pagos nos sacos de lixo (comprados em lojas e mercearias) para que seja resolhido ou contratar uma empresa coletora e utilizar conteineres fornecidos por ela. Como bônus, as empresas em geral não cobram pelo lixo reciclável, estimulando a segregação dos mesmos nas residências e estabelecimentos comerciais, diminuindo consequentemente o volume e peso do não reciclável.

Ainda, se um indivíduo optar por levar o próprio lixo aos aterros na tentativa de economizar, ele terá que pagar taxas para entrada de veículos nos mesmos.

Desde 2012, o governo proibiu a declaração das taxas de lixo no imposto de renda. O que eventualmente acontece é que algumas famílias de baixa rendam conseguem junto ao governo isenção do pagamento dessas taxas.

Diante do exposto, é difícil estipular valores, mas para ilustrar, eu paguei ¢38,50 referente a 6 meses no apartamento que moro, o que equivale a ¢6,42 mensais.

Água

Até 2014 não se pagava pela água consumida na Irlanda, mas em função da necessidade de aumento da receita e necessidade de oferecer um serviço de qualidade, o governo decidiou taxar os consumidores a partir de 2015. Hidrômetros já fora instalados em vários estabelecimentos comerciais e domicílios e as medidades serão iniciadas em 01/10/2014 para serem cobradas de forma retroatica no primeiro quadrimestre do ano que vem.

Ainda não se sabe exatamente o custo do serviço, mas a cobraça será feita de duas formas:

hidrômetros: a água consumida será medida por ester aparatos em metros cúbicos fornecidos e uma taxa será estipulado para a unidade, de forma que ao final de um período determinado o consumidor pague o valor correspondente ao utilizado.

estimativa: nem todos os imóveis possuirão medidores, logo, uma estimativa será feita com base no número de usuários existentes no imóvel. Especula-se que o valor cobrado será em torno de ¢200,00 por ano em uma casa com quatro moradores, o que dará anualmente em torno de ¢50,00 por pessoa e mensalmente ¢4,16.

Conclusão

Bom, acredito que os imigrantes que aqui estão podem ser classificados em alguns tipos, tais quais:

  • os que vem para o país exclusivamente para ganhar dinheiro e estão aqui somente por esse motivo, na saúde e na doença;

  • os que vem para o país para viver algo diferente e acabam ficando por que acabam amando o lugar e se identificando com ele;

  • os que vem para cá seja lá por qual motivo e após algum tempo tomam ódio profundo pelo lugar e acabam voltando para suas casas ou mudando de país;

Após esse ano vivido aqui, percebo que a maioria de nós se encaixa no primeiro e terceiro perfis.

O país tem oferecido muitos postos de trabalho com salários atraentes, além de certa qualidade de vida, mas ainda deixa muito a desejar para aqueles que vem de países maiores (não necessariamente com boa economia), com maior diversidade de lazer e turismo, com climas mais tropicais, entre outros.

Percebo que todos, quando tem alguma oportunidade, viajam para fora da Irlanda a fim de espairecer a cabeça, conhecer novas culturas, e por aí vai. Viagens dentro da ilha são caras e deixam de ser prioridade da maioria tão logo chegam no país.

Considerando-se os gastos descritos acima e realizando uma conta matemática simples para descobrir o custo mensal das taxas de lixo, TV e água, uma pessoa que more em uma casa com quatro inquilinos, pagará mensalmente a média de ¢376,39.

Obviamente este valor varia conforme a moradia que você terá, planos de TV e internet, entre outros. Ainda as taxas de TV, lixo e água são pagas de uma única vez, o que de certa forma é ruim, por no mês em que elas chegam você precisa ter um volume maior de dinheiro em caixa para pagá-las.

Nesta conta ainda não discrimei gastos com supermercado, que giram em torno de ¢80,00 a ¢100,00 mensais, contando que você cozinhará e evitará comer na rua, ou ainda, de academia, assumindo que você vai querer ter uma atividade física regular. A academia mais famosa em termos de custo benefício para o imigrante é a Ben Dune, que tem o preço anual de ¢189,00, equivalente a ¢15,75 mensais.

Por fim, o gasto final mensal aproximado em Dublin é de pouco menos de ¢500,00.

Assumindo um salário mensal de ¢800,00 (considerando valor mínimo) como falei anteriormente e pagando-se as despesas básicas, ainda sobram em torno de ¢300,00 mensais para uso com supérfluos, viagens e afins.

Quero lembrá-los que os cálculos que descrevi acima são médias baseadas no que vivo e observo em Dublin. No entanto, a vida no interior pode ser bem mais barata, uma vez que o mercado imobiliário é menos inflacionado e você pagará bem mais barato pelo aluguel, por exemplo.

Que saber como viajar com ¢300,00? Veja no site os artigos que escrevo sobre viagens, pois descrevo no fim deles o gasto com cada uma. Assim, você verá que devagarinho você pode conhecer a Europa e o mundo muito fácilmente e sem ser rico.

Se tiver alguma sugestão de algo que não foi falado ou que gostaria que eu explicasse melhor, não deixe de entrar em contato.

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