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Mudando para a Irlanda: tudo que você precisa saber - Parte I

COMO FOI MINHA MUDANÇA

A DECISÃO DE MUDAR

Em 2013, resolvi dar uma mudada radical na vida e morar fora do país. Antes de ser uma necessidade, foi a realização de um sonho de criança. Mas confesso que a decisão foi difícil, pois eu teria que deixar para trás família, amigos, trabalho estável e 29 anos de Brasil.

No entanto, minha vida não era lá das mais interessantes, pois vivi uma longa batalha para concilicar os prazeres da vida pessoal e profissional e já não tinha perspectiva alguma de melhora em ambos. Minha vida social era bastante limitada e a área profissional que eu poderia me destacar e crescer não era do meu interesse naquele momento.

Juntando isto ao fato de não ter um ganho financeiro satisfatório, a idade avançando, eu ainda morando com meus pais, solteiro e, para piorar, completamente perdido sobre o que eu queria para o meu futuro, vi-me pressionado a fazer algo.

Pensei em fazer outra faculdade, em investir em um negócio próprio, em concursos públicos, etc, mas parecia que nada despertava meu interesse, por que ou eu não tinha capital para investimento no negócio ou eu sabia que seria infeliz fazendo qualquer outra coisa.

Muito honestamente, a única solução que consegui imaginar foi tentar a vida fora do país. Muito diferente da grande maioria da pessoas que muda de país temporariamente para estudar idiomas ou outros assuntos, ou ainda para ter uma experiência fora de casa, eu queria tentar a sorte e de uma vez por todas me realizar.

Foram cerca de 9 meses desde a tomada da decisão até a execução do plano. Houve todo um projeto de desapego da vida que eu tinha e das coisas materiais, do preparo psicológico feito com meus pais e comigo mesmo, desapego do meu trabalho, amigos e pacientes.

POR QUE A IRLANDA?

Eu nem fazia idéia de onde era e como era a Irlanda. Honestamente, minha geografia nunca foi das melhores. Eu só sabia que era um país da Europa e que fazia parte do Reino Unido (ledo engano).

Como decidi que queria morar fora do Brasil, tive que escolher um país, e, com a ajuda de um grande amigo que é empresário do setor de escolas de intercâmbio, tive a visão necessária para a escolha.

Vários fatores ajudaram na decisão, tais como visto de permanência, custo de vida, posibilidade de trabalhar na minha área de formação e principalmente o idioma.

A Irlanda vem sendo uma constante na escolha de brasileiros que querem emigrar, em função dos quesitos mencionados acima. É um dos poucos países no mundo que permite o imigrante trabalhar e estudar ao mesmo tempo – ótimo para quem não tem muita reserva financeira e precisa se sustentar pelo tempo que estiver fora.

Ainda, a Irlanda é porta de entrada na Europa para muitos brasileiros que vem em busca de dupla nacionalidade, como a italiana por exemplo. É mais prático acompanhar o processo de retirada da dupla cidadania daqui do que estando no Brasil ou mesmo na própria Itália (você não poderia trabalhar legalmente pelo tempo que estivesse lá).

Por último, mas não menos importante, a Irlanda é um país de economia forte na Europa e está em franco crescimento, o que em outras palavras nos faz acreditar que há absorção de mão de obra para as mais diversas áreas de trabalho.

OS PREPARATIVOS PARA A MUDANÇA

Os preparativos para a mudança foram relativamente muito simples, apesar da pressão psicológica. Basicamente, trabalhei dobrado para juntar mais dinheiro, pedi demissão do meu emprego, cumpri aviso prévio, cancelei contas de banco que eu não utilizaria, comprei Euro com as melhores cotações que encontrei, fiz um check-up médico para certificar de que eu estava fisicamente apto a viajar por tanto tempo sem precisar de atendimentos fora do Brasil, fiz uma seleção de objetos que traria para a viagem e de outros que deixaria para trás.

Resolvi manter meu plano de saúde, previdência privada e meu carro. Três despesas que tenho há mais de um ano, mesmo à distância, pois não sabia como seria minha vida em terras estrangeiras ou mesmo se eu retornaria ao Brasil breve.

Foram longos meses de sono perdido, ânsia diária de vômito, estresse, excesso de trabalho para juntar dinheiro e de dúvidas. O pensamento de que tudo poderia dar errado e eu perder mais tempo na vida me acompanhavam a cada instante.

Diria que vivi uma das fases mais angustiantes da minha vida. Sem saber o que fazer e para onde correr, pois não era um plano de viver um ano de aventura mundo afora com a certeza de que iria voltar para casa e ter toda a minha rotina de volta. Seria de fato uma tentativa de sorte e muito empenho.

EM SOLO IRLANDÊS

PRIMEIRO SEMESTRE

No dia 01 de junho de 2013, cheguei a Dublin e a partir de então tudo começou a fluir e se encaixar como o planejado.

Passei duas semanas em uma acomodação estudantil, encontrei um novo local para morar a partir de então, comecei a estudar, abri uma conta bancária, regularizei meu visto de permanência e o documento que me permite trabalhar no país, dei início ao processo de validação do meu diploma e por fim arrumei um trabalho, no qual estou até hoje.

Até o momento, estava tudo à mil maravilhas, pois era tudo novo e eu ainda estava nas nuvens com minha nova vida. Os primeiros seis meses de Irlanda foram ótimos, pois desbravei um pouco a terra dos Leprechauns, viajei bastante para outros países, possuía um emprego estável e ganhando bem para os padrões do imigrante aqui, além de ter um leque de perspectivas para o crescimento profissional, que é o que eu mais procurava.

SEGUNDO SEMESTRE

Passados seis meses, tive um baque de desânimo, ansiedade e nostalgia com relação à vida que levo aqui.

A Irlanda é, sem sombra de dúvida, um país lindo, mas ao mesmo tempo pequeno, atrasado (em relação aos vizinhos europeus) em diversos seguimentos, possui muitos imigrantes cuja língua mãe não é inglês (péssimo para aprender o inglês nativo), tem um custo de vida muito mais alto do que eu imaginara (principalmente em Dublin), tem um clima totalmente irritante (sem estações definidas, com muita chuva, vento e às vezes frio), etc.

Somado a isto, tive certa dificuldade de fazer amizades duradouras por aqui. Conheci bastante gente nas escolas que estudei e amigos de amigos que fiz. Mas, a grande maioria dos estudantes retornam para seus países de origem após concluírem seus estudos, que são na grande parte de seis meses a um ano.

Ainda, muito dos que aqui estão, optam por levar um estilo de vida muito diferente do meu, o que desfavorece essa afinidade entre as partes.

Com os meus objetivos em mente, optei por não levar uma vida boêmia, agitada e de gastos supérfluos, enquanto a impressão que tenho é que a grande maioria dos jovens estudantes opta pelo extremo oposto. Ainda, penso que alguns imigrantes que aqui estão pelos mesmos motivos que eu são menos acessíveis, talvez por pensarem da mesma forma e se fecharem para o mundo que os cerca.

Atualmente, trabalho tanto quanto ou mais que trabalhava no Brasil e já me vejo de certa forma novamente privado de certa qualidade de vida. A vida aqui passou a ser um pouco solitária e às vezes com poucos, mas grandes amigos que fiz.

Hoje, dividir casa e quarto com pessoas desconhecidas já tem um peso muito maior do que quando cheguei. A perda da liberdade na sua própria casa e no seu quarto, a diferença de culturas e objetivos que começam a atrapalhar o relacionamento interpessoal e muitas vezes a falta de respeito entre os moradores fazem com que uma onda de desânimo ocupe seus pensamentos.

A diferença é que, vivendo aqui, eu ganhei em segurança, poder de compra, oportunidades profissionais, o fato de estar vivendo uma vida nova, além de poder fazer sem muitas limitações o que mais tem me dado prazer, que é viajar (leia o artigo O que muda vivendo em outro país: Perdas & Ganhos e entenda melhor o que estou falando).

Obviamente, a vida aqui não precisa ser do jeito que eu conduzo a minha, é uma questão de escolhas.

No entanto, eu desconheço um imigrante que tenha uma vida social aqui hiper ativa e que tenha reserva financeira para viajar ou para quaisquer outras despesas além do necessário e por longo prazo. Na verdade, pessoas com esse perfil são muito comuns, mas a grande maioria volta para suas casas antes do previsto devido ao descontrole orçamentário.

RENOVAÇÃO DO VISTO E MAIS UM ANO DE IRLANDA

Desde o início, meu projeto seria vir para cá e tentar recomeçar a vida, mesmo diante de dificuldades que porventura viriam. Dito isto, em junho de 2014 tive que renovar meu visto de permanência, caso cotrário teria que deixar o país.

Como ainda não tinha conseguido a validação do meu diploma e consequentemente não tinha conseguido o visto de trabalho, que me dariam melhores condições de residir na Irlanda, tive que me inscrever em outro curso a fim de ser elegível para requerer o visto de estudante.

Optei desta vez por um curso de Administração de Negócios em vez de Inglês. As ofertas de cursos para renovação de visto não são muito amplas, tendo basicamente cursos de Inglês, Administração de Negócios, Fotografia e não muitos mais. Consequentemente, quem se encaixa do mesmo perfil que o meu, acaba tendo que estudar assuntos que não o interessa, tendo que assistir aulas sem o mínimo de interesse, mas por que o serviço de imigração exige, etc. Afinal, estudar é a condição para se ter esse visto.

Com o visto em mãos e dando continuidade à minha rotina diária em Dublin, segui no meu trabalho, com minha validação de diploma e correndo contra o tempo para ter tudo resolvido tão logo possível, caso contrário em junho de 2015 terei que renovar o visto novamente (e pela última vez em cursos profissionalizantes) sob os mesmos critérios.

E, se isso acontecer, terei que repensar minha estadia aqui, pois não tenho interesse em “perder” mais um ano que poderia estar investindo em algo mais promissor e também não tenho interesse em fazer outra faculdade, que é muito caro por aqui para não europeus.

Ademais, o governo está mudando as leis de imigração, dificultando ainda mais nossa estadia no país. Há rumores de que teremos meses específicos para trabalhar, que os valores do visto serão praticamente triplicados, entre outros, o que torna o custo de vida ainda mais alto.

Iniciei minhas pesquisas para emigrar para alguns países, como Suiça, França, Alemanha e Austrália. Vamos ver no que dá, o futuro a Deus pertence!

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